quarta-feira, 24 de agosto de 2011

LEMBRANÇAS



Minha aldeia tem a torre
Da igreja tão branquinha
Toca o sino, alguém morre
Lá se foi a gente minha.


Lá em baixo tem o açude
Lá meu coração nasceu
No meio do alecrim rude
E cipreste erguido ao céu.


Há uma casa com varanda
Com um vaso de flores
Por lá meu coração anda
A relembrar meus amores.


Oiço a algazarra infantil
Em redor do campanário
Éramos tantos, mais de mil
Sem sapato nem infantário.


Infância de tanta fortuna
Infância de coisa nenhuma
Tanta brincadeira oportuna
Tanto pássaro sem pluma.


Já nem em sonhos adivinho
Já vacilante é a memória
Lembro o rio com carinho
Seu canto perfeita glória.


Olhos fazem a despedida
Ao ombro a vida suspensa
Terra me encontro perdida
Terra minha bem querença.


natalia nuno
rosafogo

imagem ret. do blog imagens para decoupage








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