terça-feira, 11 de janeiro de 2011

QUADRAS Á DERIVA


 




QUADRAS À DERIVA

Do meu rosto fugiu a côr
Dos olhos fugindo a Vida
Secam as plantas ao calor
Na mão dos anos eu perdida.

Rasga-se o corpo alma parte
Não voltará nada que tinha!
Fiquei sómente com esta arte
Que ninguém tira, que é minha!

Mas se tudo um dia mudar?!
- E a minha sorte não...!
Cantigas ainda hei-de cantar
- Com a alma e o coração.

Rompi com todos os laços
- Só quiz sair da prisão!
Sinto no peito os compassos
Aqui ninguém me deita a mão!

A mão dos anos tudo altera
À gente que por eles passa
- A mim levaram a Primavera!
- Mas não aceito a desgraça.

- À Vida não peço socorro!
- Rasgo mordaças e sigo...
- Se perder meu sonho morro!
Mas perdoar-lhe não consigo.


Trago o desespero no coração
-Dos golpes que ela me deu!
- Trago o amargo da solidão!
Poesia? Única que sobreviveu.

rosafogo
natalia nuno



2 comentários:

alma disse...

Natália,

O teu sentir vai além da ausência, da saudade.

são palavras que nos entram e permanecem.

bj

orvalhos poesia disse...

O passado já vai distante e o caminho também vai longo, então falar deles é até arrepiante para mim Eduarda há dias que me sinto muito menina não dá nem para acreditar parece que tudo foi uma miragem e então se instala a nostalgia.

Beijo amiga grata pelo carinho da tua presença.