segunda-feira, 9 de maio de 2011
QUADRAS SOLTAS XVI
Parei na berma da estrada
A vida de promessas vazia
Uma mão de sonhos pejada
Acordei já a aurora surgia.
Olhei a frescura das giestas
E as papoilas desgrenhadas
Me fizeram no rosto festas
Nos braços nas mãos mirradas.
Vento, desabrido, imprudente
Que só as giestas aturam
Sonhos que eu acalente?
Nada de bom já auguram.
Meu passo torpe, cansado
Já querendo ficar para trás
Este meu corpo corcovado
A saudade, não deixa em paz.
Parei na berma da estrada
Neste caminho da Vida
Venho de longe alquebrada
Trago a tristeza engolida.
No poente o sol é de ouro
E é tão grande a imensidade
No coração trago o tesouro
Da terra trago saudade.
Enquanto despenhava o dia
Esperei a noite acontecer
E nas horas mortas sentia
Querer-me da Vida esconder.
Mas o vento virou de Norte
Gritos de raiva, era já dia
Então escondi-me da Morte
Que o vento Norte trazia.
A noite é quem tudo sabe
Me levanto vou-me embora
Que na noite tudo cabe!
Não quero chegada a hora.
rosafogo
natalia nuno
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