terça-feira, 17 de maio de 2011

RESTOS DE LUCIDEZ



Chamaste-me sonhadora
Sonhos já desvanecidos
Fazem de mim sofredora
Enleiam-se aos meus sentidos.

A Vida deixa sempre um rasto
E o vento o agita sem abrandar
Já dos sonhos eu me afasto
Mas a esperança há-de voltar.

Ao rio que corre nas veias
Grande força vou buscar
Não deixo morrer as ideias
Mas na saudade vou ficar.

Não me obriguem a calar
Rugas trago no rosto sulcadas
Se os versos me fazem chorar
Solto as lágrimas aprisionadas.

Palavras espinhos de rosas
Trago na minha boca dolente
Nem sempre são dolorosas
São de quem amou inteiramente.

Já se me dobram as pernas
Trago memória em esquecimento
Mas as lembranças são eternas
Tal como as estrelas no firmamento.

rosafogo
natalia nuno
imagem-blog decoupage
quadras 9/2000

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