quarta-feira, 4 de setembro de 2013

digam...digam



chamem-me tudo agora
ou então fiquem calados
deitem o silêncio fora
os guizos bem levantados

falem da minha loucura
das nódoas negras que tive
da infinita brancura...
em que minha alma vive...

dêem em mim ferroadas
podem dar com violência
não vou sentir as picadas
vivo a vida com ardência

interfiram nos meus passos
inventem becos sem saída
atem-me o cabelo com laços
saltem na memória esquecida

mas digam com real precisão
que toda a paz que há em mim
é poesia que me arriba à mão,
ao coração me faz feliz assim!

natalia nuno
rosaofogo






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