sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Loucura de poeta...



poesia olhos de mágoa
nas cordas duma viola...
coração frescura d'água
doce trinar numa gaiola


a trova não tem espinhos
ponho nela mil sorrisos,
searas de pão, caminhos...
letras escritas, improvisos.
 
trago poesia em mim
 cuido a todo o momento
é como flor dum jardim
 à tarde a beija o vento

neste idílio misterioso
a poesia é já saudade
um bem estar caloroso
faz esquecida a realidade

sinto que me aparto de ti
na lividez da madrugada
paira minha alma por aí
 para sempre fustigada...

Poesia, rosto de mulher
verdadeira obra prima
que um poeta qualquer
faz com emoção e rima

só a morte há-de apagar
levar da minha solidão
quando a cabeça pousar
trovas... minha criação.

e o poeta é já um louco
já não vive da verdade
acha seu tempo pouco
ávidos por um milagre

natalia nuno
rosafogo

2003/08













 
 

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