sexta-feira, 20 de setembro de 2013

soltas...com pudor de sê-lo

 
 
quando se fala por falar
saem palavras pavorosas
ditas palavras para amar
são delicadas como rosas

dentro de quatro paredes
vidas difíceis, medos, enredos
que Deus vê e vós não vedes
só Ele conhece os segredos.

nunca temos nem tivémos
muros altos que nos protejam
não somos e nunca quisémos
ser o que outros desejam...

dizem ai... tempo como  parou!
eu nem dei por ele a passar
se o tempo por mim passou
quem é que o sentiu parar?

um rosto não tem regresso
o tempo sobre ele se impõe
não me conheço...desconheço
o tempo de mim dispõe...

ao ouvir o dobrar do sino
vem à memória a distância
e o leme do meu destino
tempo fugaz o da infância.

o tempo me atraiçoou
trago dele cicatriz
o coração couraçou
e hoje estou feliz...

tenho mãos de camponesa
feitas para amassar o pão
nasci junto à natureza
sou livre por condição
 
natalia nuno
rosafogo





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